Escrever é registrar a história, seja pessoal, familiar ou de um povo. É gravar momentos especiais, registrar emoções… escrever é colocar os sentimentos em palavras.
As histórias, os contos, as poesias, os poemas, as crônicas e os romances, de onde vêm? Estão todos à nossa volta, naquilo que vivenciamos, que observamos. Às vezes, a história é real, outras vezes, é mesclada com a imaginação do escriba, ou ainda um pequeno toque de realidade serve como ponto de partida para aquilo que a imaginação quiser registrar.
Escrever é deixar a mente ser direcionada por aquilo que estamos sentindo ou lembrando ou criando.
Nossa história real, a de nossos familiares, em especial a dos nossos antepassados, merecem ser contadas, para permanecerem vivas. Pequenos diários ou contos onde possamos deixar aos nossos descendentes a história da família. Ainda mais nesses tempos em que vivemos, muitos de nós somos descendentes de estrangeiros ou de famílias tradicionais brasileiras, Fazendeiros, Barões do Café e em especial porque tantas coisas mudaram, o mundo mudou!
Essas histórias deixadas em livros, pequenos ou grandes, são, no mínimo, curiosas! Minha bisavó, em sua sabedoria dizia:
– Eu, quando mocinha, viajava de carro de boi. Hoje, vejo aviões voando no céu, mas no amor… ah! no amor nada mudou!
E por me lembrar dessa frase, me vem na lembrança uma dessas viagens feitas por ela e sua família, de fazenda em fazenda, no comecinho do século XX, quando a família – que era bastante numerosa – saía de Conquista em direção a Estrela no Sul, em Minas Gerais. No caminho, descansavam em uma pousada, para depois continuar a longa jornada. Para abrigar a família toda, faziam uma caravana e, sendo assim, alguns carros seguiam rumo ao mesmo destino. Um dia, meu bisavô, Teófilo, comentou com o dono da pousada:
– Sabe, Chico, essas viagens logo, logo ficarão mais rápidas! Sabe por quê? Porque inventaram uma condução que voa!
– Uma condução que voa? E como pode?
– Pois é… uma condução que voa!
E lá se foi o meu bisavô Teófilo, seguindo sua viajem. Logo atrás, chegou outro carro de boi, da mesma família. O dono da pousada os recepcionou e foi logo comentando:
– Então, o Teófilo já passou por aqui… e contando umas mentiiiiiiiiiiiiiiras!
Os costumes mudaram, as sociedades mudaram, as culturas mudaram! Deixar nossas histórias registradas em livros para nossos netos é algo bastante interessante, e, também, por que não, registrar o crescimento de nossos filhos e netos? Como é divertido, terno e delicioso reler e relembrar momentos especiais que eles vivenciaram, frases que falaram, a maneira como aprenderam tudo o que sabem!
Para escrever… basta começar! Basta observar e contar o que viu, o que ouviu. Não é somente divertido. Muitas vezes, o simples fato de escrever uma lembrança dolorida, um momento amargo, nos leva a uma libertação. Sim, ao escrever, desabafamos e aliviamos nossa dor. Ou, ainda, o ato de escrever, de desabafar, nos faz refletir e mudar de atitude, pelo simples fato de lermos o que escrevemos. Isso nos faz acordar!
Convido-os a começar agora. Seja no papel, no computador (mas, na máquina de escrever nem pensar, não?). Faça a experiência! É gratificante!
Por Silvia Bruno Securato