O ano velho se vai para dar lugar ao seguinte que se aproxima.
Reuniões em família, entre amigos ou a sós! Festejando ou não, comemorando ou não, essas passagens chegam a ser muitas vezes rotineiras.
Porém eu diria: sábio é quem ama a rotina e nela sente-se seguro.
Perceber em cada detalhe as bênçãos divinas que o dia-a-dia, de cada novo ano, nos traz.
A cada amanhecer ao abrir a janela, olhar para o céu e agradecer pela noite que se foi, pelo dia que inicia. Alegrar-se pela comodidade de um banho gostoso, pelas águas que saem das torneiras, o espelho que nos reflete e recebe um sorriso ou uma careta.
Abrir o armário, poder escolher o que vestir, pentear-se, maquiar-se, perfumar-se.
Sentir o aroma do café escoando no coador, enquanto o pão quentinho salta da torradeira para receber a manteiga que nele se derrete. Os ovos quentes, o suco de frutas, a geléia são saboreados às pressas.
O bom dia dos filhos, do marido. Observar os passarinhos que brincam na pequena árvore do jardim, que fica bem em frente à janela. Lembrar ao marido quando há algum aniversário, ouvir a tradicional frase: “Pai me dá dinheiro?” e ele avisando que seu terno precisa ir para o tintureiro. Tintureiro, um termo quase em desuso! Entre acenos e bênçãos, um por vez ou todos de uma só vez, despedem-se rumo aos seus afazeres.
Às vezes é bom escolher um trajeto diferente, percorrer outras ruas, observar novas paisagens, novos jardins, arquiteturas diferentes, pelo simples desejo de variar a rotina.
Nos momentos em que o trânsito estiver mais intenso, rezar pelos nossos ou cantarolar nossas canções prediletas. Um hábito que ajuda a aliviar as tensões!
Enquanto o dia se adianta, deixar as horas correrem e, muitas vezes, correr atrás delas.
Cumprir com o programado nem sempre é possível, mas isso também faz parte da rotina.
Durante o dia que transcorre procurar ser gentil, sorrir sempre, saudar as pessoas com um bom dia, estender a mão a quem precisa.
Notar os erros que se cometem, policiar-se para não cair no mesmo engano ou desacerto.
Alegrar-se, surpreender-se, rir, gargalhar. Entristecer-se, chorar, temer, tremer, pedir ajuda.
Aprender algo novo, sentir-se o máximo, só por causa de uma bolsa nova.
Achar-se maravilhosa, crer ser uma diva, outras vezes, ao contrário, perceber o quanto se foi pequena!
Chegando o entardecer, sempre que possível observar o sol se pôr, admirar a fase em que a lua se encontra, fazer um pedido à primeira estrela que aparecer.
Ao voltar para o lar, dar graças por cada um dos nossos que retorna, pelos problemas resolvidos ou ainda por resolver, pelos novos que surgem, pelas vitórias alcançadas, pelas novas batalhas do amanhã.
Festejar quando toda família se reúne para o jantar, o que nem sempre é rotina e, antes mesmo de terminar de servir à mesa reclamar com o filho que está mais próximo: “seu pai já sujou a toalha!” Logo após ouvi-lo explicando ao outro que estava distraído: “sua mãe está reclamando que eu sujei a toalha”. Esse detalhe faz parte da rotina!
As horas se adiantam, as luzes se apagam uma a uma. Cada qual vai se recolhendo.
Entre o balanço do dia que se foi e o cronograma do dia que virá, agradeço a Deus pela rotina, pois nela está inserido que tudo está dentro da normalidade, mesmo em épocas de dificuldades ou provações.
Amo a rotina e com ela brinco. Ela não me prende, pois sou eu quem a tem. De Domingo a Domingo nela mexo e remexo, conforme me convém. Às vezes, me acomodo e deixo-a me levar, começando com alegria a Segunda para celebrar na Sexta-feira o final de semana que se aproxima. Outras vezes tomo as rédeas e digo: “dessa vez quero te variar”.
Muitas vezes a rotina do “ano após ano” se repete consecutivamente, cabe a nós não deixá-la se transformar em monotonia, o que é bem diferente!
Até diante das situações ou ações repetitivas sempre há inúmeras novidades. Não se entregar a reclamações como: todos os dias tudo é sempre igual! Ao invés disso, alegrar-se e estar atento em perceber as novidades do dia a dia que poderão fazer com que cada Ano Novo seja mais completo em ações e realizações do que os anteriores.
O amanhecer de cada ano que nasce e transcorre é motivo de agradecimento.
E a cada a dia que se vai, eu particularmente, encerro a gostosa rotina rogando à Mãe de Jesus e a Ela elevo mais uma prece: Ave-Maria!
No Novo Ano que agora desponta desejo-lhe um maravilhoso amanhecer!
Paz e Bem!1
Por Sílvia Bruno Securato
Artigo extraído do livro Feliz Ano Novo – Oficina do Livro Editora